Cap. 4 Realmente conhecendo você
N/A: OOOI GENTE =D Ok ok, meu mouse tinha quebrado e meu pai comprou um novo umas duas semanas atrás, mas eu fiquei com muita prova e muita pouca criatividade, hoje me deu uma bostinha de criatividade e eu vi que, com a maior criatividade ou não eu tinha que escrever, porque eu não podia deixar vocês esperando por mais tempo, mas não podia escrever qualquer bosta... Enfim, espero que gostem do capítulo, leiam, comentem, votem e entrem no site da fic: https://acostumadacomodio.webnode.com.br/ =D
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Fique parada igual a uma idiota, pensando na vida miserável que eu levava. Pelo o que eu devia agradecer exatamente? Pelo amor que eu recebia na minha vida? Amor? Ha, essa é boa. Amor de quem? Dos meus pais que nem estão comigo? Dos meus amigos que não estão mais tanto comigo? Ou melhor, do “amor” do Malfoy? É tão difícil escolher qual é o melhor. Sabe, a vida parecia ser assim mesmo. Essa história toda de “depois do furacão vem o arco-íris” ou coisas do tipo não me convencem. Ok, talvez depois do furacão venha o arco-íris, mas isso é só depois... Depois é muito tempo. E se o depois for acontecer só depois que eu morrer? Eu devo esperar para ter uma vida luxuosa como uma gata siamesa na minha próxima vida? E mais, eu não entendo essas pessoas, eles falam pra gente pensar no futuro, que o futuro é melhor que hoje, mas depois eles falam “pare de pensar no futuro e pense no presente”. Quer dizer, o que eles querem? Temos que viver o agora ou ficarmos nos iludindo com o futuro que pode ser, pensando assim “amanhã será melhor que hoje”. Falam que temos que pensar isso todos os dias, quer dizer que se num dia você está ótima e no outro sua vida está desmoronando é porque as coisas estão melhorando? Vai entender essa sociedade.
Enfim, eu estou pensando seriamente em castigar Merlin ( N/A: gente, desculpa, nos outros capítulos eu tava escrevendo “Merlin” errado, tava escrevendo com ‘m’, mas eu vou escrever certo a partir de agora, porque arrumar tudo seria muito cansativo) amargamente quando eu morrer, já que estou incapacitada de fazer isso agora. Eu devo castigá-lo por ter me feito cair com Malfoy nas duplas, por causa da guerra, por ter conhecido Malfoy, por nascer bruxa, ou simplesmente posso castigá-lo pelo momento em que ele achou que seria divertido me colocar no mundo para infernizar minha vida? “Ei, Merlin, por que você não coloca uma menina no mundo com todas as qualidades que são vistas como defeitos, dá amigos á ela, uma escola, poderes e tudo mais para, aos poucos, tirar tudo isso dela?”. “Boa idéia. Eu estava pensando em nomeá-la de Linda, mas ela sofreria muito bullying na escola pelo simples fato de ela não ser linda, então acho que vou ter que dar o nome de Hermione mesmo. Claro, nome miserável para menina miserável.”
Eu sei, tem toda essa história de países que precisam de mais ajuda que eu, como a África do Sul e afins, mas, não querendo ser egoísta, mas eu não sei como é ser eles. E como eu poderia ajudar eles se nem meus problemas eu posso resolver? Com certeza se eu fosse ajudar nesse meu estado, a mortalidade infantil aumentaria em pelo menos 76%. Ok, quando o assunto chegou na África mesmo? Eu devia estar reclamando agora para Merlin sobre como minha vida está uma merd* e talvez até dê algumas sugestões para ele. Coisas simples e que me deixem muito triste, já que esse é o objetivo dele para mim. Fazer Malfoy cair da torre de Astronomia é muito trágico? Eu ficaria tão triste por perder minha querida dupla.
Aliás, onde será que o babaca do Malfoy está? Deve estar procurando flores para pendurar naquele cabelo de Barbie dele ou planejando um novo discurso para uma nova vítima. Faz uns dez minutos que eu deixei ele sozinho. A minha sorte é que ele não foi atrás de mim. Ótimas provas: você vale a pena. Só se eu for valer a pena para cagarem em cima. Daí, nesses momentos, eu acho que sou a coisa que mais valeria a pena no mundo. Olha o meu estado, olha como meu amor próprio está grande, até eu estou me chamando de ‘coisa’. Esse mundo está completamente perdido agora.
-Hermione? – Perguntou alguém ás minhas costas.
-Que é? – Perguntei rude até encontrar duas esmeraldas me encarando ingenuamente – Ah, Harry... Oi.
-Você não devia estar com sua dupla agora? – Ele perguntou curioso e um tanto ansioso.
-Eu devia estar fazendo muitas coisas, mas obviamente não estou fazendo nenhuma delas pelo simples fato de não dever nada.
-Hermione, o que aconteceu com você?
-Você quer saber minha história de vida inteira ou apenas a parte trágica? Se você estiver muito ocupado eu só conto a parte boa, porque não dura muito tempo, mesmo. –Perguntei irônica.
-Eu sei da sua história, Hermione, eu fiz parte dela, mas tem uma parte dela que eu não to conseguindo entrar, de algum jeito você está me expulsando dela, e isso bem na parte mais importante da sua vida. Bem durante a guerra eu não posso fazer parte de você.
Podíamos analisar a conversa do ‘não deveria ser’, mas eu guardei isso para mim. Se eu falasse isso para o Harry, eu acho que ele se uniria á Nojenta Parkinson em uma revolta contra meninas como que pensavam no próprio modo enquanto o mundo inteiro está em greve conta eles.
-Harry... – Suspirei.
-Desde a detenção você ta mudada, deve ter sido por causa do Malfoy... – Gelei. Será que ele sabia? – Ele anda fazendo sua cabeça, não anda? Você deve é estar pensando em passar para o lado de Voldemort.
Nesse momento eu senti o ódio ferver no meu sangue. A tristeza também veio. Ele estava... Me acusando? Estava achando que eu tinha uma personalidade fraca e que seria influenciada pelo idiota do Malfoy?
-Você é um idiota! – Empurrei ele com raiva e as lágrimas começaram a cair – Só porque eu estou sendo obrigada a passar um pouco mais de tempo com Malfoy você já acha que eu vou fazer uma marca negra? Você vai começar a andar mais com aquela nojenta da Parkinson, é claro que você vai dar uma mudada, porque é estressante. Agora, você acha que eu e Rony duvidaríamos de você desse jeito? Você acha que acharíamos que você vai virar um seguidor de Voldemort? Que acharíamos que você planeja se transformar num cafetão? Você, Harry, era a última pessoa que eu achava que duvidaria de mim de uma coisa tão baixa. Sabe por quê? Porque você me conhece! Porque você sabe da minha vida e sabe que eu sou totalmente contra tudo isso de Voldemort, comensais e... É, tudo isso! E eu fui sua primeira amiga a não demonstrar medo, a ficar ao seu lado o tempo todo. Eu te encorajava sempre... Sempre, Harry, e então você me vem com essa de que eu estou mudando de lado, como se minha personalidade fosse fraca como um papel?
-Hermione, eu acho que você está reagindo muito mal... – Ele falou timidamente.
-Eu estou reagindo mal? Eu fico um pouco estressada por alguns dias e você já acha que eu estou passando para o lado do mal e eu estou reagindo mal? Sabia que existe uma coisa chamada TPM, e isso poderia estar acontecendo comigo? Claro que não, porque você só se preocupa com você e com essa guerra idiota! Antes de resolvermos a guerra temos que nos resolvermos entre nós. Ou você acha que a Mcgonagall passou essa tarefa estúpida para nós apenas nos conhecermos melhor? Sonserina e Grifinória são inimigas há séculos, porque será que escolheram bem agora para tentarem amizade entre nós? Sabe, Harry, eu esperava mais de você, esperava mais d’O Eleito! – Forcei bastante nessa última palavra.
-Hermione, você me entendeu errado, e você está exagerando muito, mas me desculpa, mesmo assim. Por favor, não me fica brava...
-Você não devia estar com a sua parceira? – Perguntei calmamente antes de virar as costas para “O Eleito” e sair andando para a torre de Astronomia.
Então era isso? Trinta dias com o maldito do Malfoy, mais detenção de uma semana. Sem contar os horários de monitoria que vamos ter juntos... Argh, a Mcgonagall tinha que colocar sempre Sonserina com Grifinória. Por quê? Era algum tipo tradição colocar inimigos juntos?
A brisa batia lenta no meu rosto, eu sentia todas as minhas preocupações nessa brisa. Cada momento da minha “linda e perfeita” vida voando nele.
-Eu sabia que ia te encontrar aqui... – Ouvi uma voz rouca atrás de mim.
-Ah, é? Já estamos nesse ponto de intimidade para um já saber exatamente onde encontrar o outro? – Perguntei friamente sem olhar para trás.
-Você falou que queria me jogar daqui, lembra? – Ele perguntou divertido tentando esfriar o clima, mas eu estava estressada demais e continuei do mesmo jeito frio de antes.
-Claro que lembro, eu estava lá. Quer dizer que você está planejando me ajudar no meu trabalho de te matar? – Perguntei debochada.
-O que aconteceu com você? – O que é isso? “O que aconteceu com você?” foi eleita a pergunta da semana? O que eles querem ouvir de resposta? “Bem, o que aconteceu é que eu fui mordida por uma vaca mutante enquanto comia miojo e estou virando um peixe.” É, assim mesmo, nada de respostas com muito sentido. Eu simplesmente odeio quando as pessoas perguntam coisas extremamente óbvias, e é ridiculamente difícil dar respostas óbvias sem parecer idiota.
-Não que seja da sua conta, mas eu briguei com o Harry. Nem sei por que perguntou, até parece que se importa.
-Eu me importo com você. Já te falei isso. E já deu de me responder desse jeito, né? – Ele falou me virando para encará-lo.
-Prove um pouco do que acontecia comigo todos os dias durante esses 6 anos... Eu não sei pra você, mas não me parece coisa de quem se importa. – Respondi me virando de costas para ele de novo.
-Hermione, eu sei que...
-Malfoy, nós não somos íntimos pra você me chamar pelo primeiro nome, então não tente essa intimidade comigo.
-Hermione, eu não liguei muito pro que a sociedade pensa e sobre essa de intimidade... – Ele enfatizou bem meu nome – Mas agora, ignorando esses seus discursos de como minha boca não é digna do seu nome...
-E não é mesmo. – Eu interferi.
-...Mas eu preciso que você me escute agora. – Ele continuou, me ignorando totalmente.
-Estranho, eu não acordei muito a fim de suprir suas necessidades – Falei franzindo o cenho.
-Da pra você parar de me interferir e me ouvir?
-Ah, eu pensei que já tivesse acabado... – Falei irônica.
-E parecia que eu tinha acabado?
-Eu não sei, eu parei de estar totalmente dentro dessa conversa no momento em que você começou a mentir... Se não se lembra foi quando você falou que se importava comigo.
-Agora você vai me escutar – Ele me virou em me conduziu até a parede, me prensando nela – Eu sei que você ta chateada e todas essas baboseiras de meninas que não sabem amar...
-Como se você soubesse – Comentei revirando os olhos.
-Mas você precisa tentar acreditar em mim dessa vez. Eu não ligo se você não gosta de mim ou se você me acha a pessoa mais escrota do mundo.
-Na verdade eu acho que você não é uma pessoa e sim uma... Coisa que gasta espaço nesse mundo.
-Coisas assim, mas, Hermione, eu não ligo. Eu não ligo se você acha que eu devia morrer afogado ou queimado.
-Primeiro: queimado e afogado seria uma boa opção porque seria divertido ver você sofrer nas chamas e tentando pegar ar na água, mas já que isso ainda não é possível eu vou ter que gastar meu tempo tentando criar um feitiço para isso. Segundo: grande consideração vinda de alguém que há pouco dizia que se importava.
-Eu me importo com você, não com o que você fala – Por que aquilo doeu tanto? Por que ver aquele lado frio e digno de um sonserino me machucou tanto? Quer dizer, isso é quem ele é, e eu já conhecia esse lado dele, mas eu não sabia que ele conseguia ser tão canalha assim.
-Minhas palavras fazem parte de mim. Se não se importa com elas então não se importa comigo... – Ele pareceu medir as palavras que havia dito, para ver que o que ele tinha dito tinha sido extremamente idiota – E parabéns... Acabou de ganhar o troféu de canalha do ano... De novo. – Tentei sair, mas ele apertava meu braço com força – Me solta, Malfoy.
-Eu não vou te soltar.
-Mas você ta me machucando. – Tentei me soltar mais uma vez, mas ele apertou mais forte, o que me fez soltar um grito – Malfoy, me solta! Seu idiota, me solta agora!
-Eu já cansei de você sempre querer ter a palavra final. – E me beijou de um jeito possessivo e apaixonado (como se isso fosse possível vindo do Malfoy), minhas pernas começaram a fraquejar, eu tentava empurrá-lo, mas parecia que meu cérebro não mandava as ordens para o meu corpo.
-Malfoy... – Murmurei entre um beijo e outro – Pá-pára...
-Hum? Por que? – Ele continuava a me beijar.
-Não é meio óbvio? – Tentei dizer enquanto o beijava, acho que ele não deve ter entendido nada, ou talvez tenha entendido sim, porque ele se afastou de mim. Por Merlin, não dá pra mandar um menino que beije mal, não?
-Não era óbvio, me explique. – Eu continuava prensada na parede, ele estava na minha frente com um braço de cada lado, a proximidade era muito pequena.
-Eu pedi para você parar, primeiramente, porque eu nem pedi pra você começar.
-Ah, claro, porque toda vez que alguém é beijado sempre tem um “me beije, por favor” antes. – Ele revirou os olhos, irônico.
-Sim. E, segundo, nós estamos perdendo tempo de nos conhecermos melhor, não que isso seja meu maior desejo do momento, mas eu quero esses 70% da nota, você está me entendendo, e não é por causa de você que eu vou perdê-los.
-Nossa, se você me quisesse o mesmo tanto que você quer esses 70% eu acho que você já estaria grávida agora... – Ele acrescentou malicioso enquanto diminuía a distância entre nós, apoiando os cotovelos na parede em vez das mãos.
-Que sorte que não é assim, eu não gostaria de pegar AIDS.
-O que você está insinuando? – Ele não pareceu se sentir ofendido, parecia que tinha achado isso um estímulo para continuar conversando comigo – O que isso quer dizer? – Ele murmurou com a voz rouca. Ah, não, a voz rouca de novo, não!
-Não estou insinuando nada, na verdade, eu acho que já deixei bem na cara o que eu quis dizer, mas já que você faz parte de uma espécie com a inteligência de um legume então eu terei que explicar para você... – Eu fui me aproximando dele lentamente... Espero que ele tenha autocontrole, porque eu não quero a língua dele perto da minha de novo tão cedo – É que você chega sempre pras meninas com esse papinho de que elas são especiais, fingindo que se preocupa com elas... – Comecei a falar com uma voz manhosa e me aproximei o máximo que conseguia, porque depois dessa proximidade chegaria ao ponto sem volta para a boca do Malfoy, e não queríamos incidentes, certo, Consciência? “Certinho, Hermione” – E então elas vão todas crentes de que vão ter o melhor do Malfoy só pra elas para sempre, e elas ficam com você, agarram você, vão pra cama com você, pra depois vocês deixarem elas. Deve ser absurdamente grande o número de meninas que caem nessa só aqui em Hogwarts, porque eu já vi muitas meninas deprimidas por aqui, e quando elas ficam deprimidas você fica feliz, o que é uma coincidência muito grande... – Ele me olhava abobadamente hipnotizado, os lábios entreabertos e os olhos levemente arregalados... Eu amava ver essa cara nos meninos, se bem que, geralmente, eles olhavam assim para a Nojenta Parkinson – E, dentro desse número gigante de meninas, com certeza algumas tem algum tipo de DST, e eu não confio muito que você tenha usado nenhum tipo de prevenção... Você entendeu, Malfoy?
Malfoy nem me respondeu, estava ocupado demais olhando para minha boca, talvez usando o autocontrole que tinha. Ficamos muito tempo desse jeito, Malfoy continuava olhando para minha boca e isso começou a me preocupar.
-Ah, Malfoy... ? Você está bem? – Ele ficava olhando para minha boca e depois para os meus olhos, boca, olhos, boca, olhos...
-Eu estaria melhor se você fosse minha. – Eu engoli seco com essa afirmação.
-Malfoy, por que você insiste em dificultar as coisas? Só tínhamos que nos conhecer melhor e andarmos juntos. Só.
-Eu dificulto as coisas? É você que sempre se preocupa com as pessoas e tenta ajudá-las, é você que sempre vem com o vento batendo no seu rosto fazendo esses seus cachos balançarem perfeitamente, é você quem vem com a boca vermelha, com a pele macia, você que levanta a mão para o professor inocentemente quando tem uma pergunta ou resposta para dar, você é quem sempre arregala um pouco os olhos e entreabre a boca de uma forma super sexy quando ouve uma coisa que não esperava, do mesmo jeito que está fazendo agora... Você é quem tenta salvar o dia sempre, mesmo quando está fora das suas mãos... – Ele deu uma risada curta, nervosa e meio falhada, mas eu achei linda – E depois a culpa é minha...
-Você esqueceu-se de mencionar sangue sujo e arrogante... – Falei sarcasticamente.
-Isso... – Ele sorriu sem prestar muita atenção, enquanto se aproximava de mim – Sangue sujo e arrogante... – E se aproximou mais ainda, me beijou calmamente, acabando com qualquer distância entre nós. Acho que foi o beijo mais calmo que ele já tinha me dado, mas isso apenas por cinco segundos, porque depois o beijo foi ficando mais urgente, mais possessivo, sensual e rápido. Como se ele me exigisse naquele momento, eu era o que ele precisava, era o ar para sobreviver, era como se ele não ligasse para nenhum meio de sobreviver. Eu tentava fugir, mas era difícil com ele me beijando.
-Cahan... – Alguém pigarreou ao nosso lado e eu meio que parei de fazer tudo que estava fazendo, diferente de Malfoy, que nem percebeu o que acontecia. Merlin! Eu já pedi pra você parar de me azarar desse jeito. Você por acaso ta fazendo parceria com Voldemort? Só pode ser isso, ta acabando com os sangues-ruins desse mundo. E se fosse o Harry ou o Rony? Não, se fossem eles, eles já teriam dado um soco no Malfoy. E se fosse a Gina? Não, ela deve estar na aula, e se fosse ela já teria feito um escândalo. A questão é: por que eu não fiz um escândalo ainda, com esse menino me beijando a cada cinco segundos falando mentiras sobre amor e essas coisas com mais freqüência do que respirar – Vejo que estão se dando... Er,muito bem – Arregalei totalmente os olhos quando reconheci a voz.
O que Mcgonagall está fazendo aqui? Eu nem sabia que uma pessoa da idade dela agüentaria subir as escadas para ir para a Torre de Astronomia. E pra piorar ela ainda deve estar achando que eu estou me dando bem com essa fuinha aqui. Deve estar achando que vamos fugir de Hogwarts para morarmos debaixo da ponte e nos casarmos e termos vários filhos que eu nem consigo imaginar como seriam.
-Malfoy... – Consegui murmurar para ele – Pára. – Na hora ele não parou então eu “leve e delicadamente” empurrei ele.
-O que foi dessa vez? – Ele me perguntou meio que estressado e meio que tentando usar seu autocontrole para não continuar com o beijo. Eu ignorei esse estresse e apontei com a minha cabeça discretamente para Mcgonagall enquanto ajeitava minhas roupas e meu cabelo.
Malfoy olhou para o lado e eu acho que ele ficou meio assustado ou não sei o que, mas eu só sei que ele se manteve calmo.
-Bom dia, professora Mcgonagall – falamos ao mesmo tempo. Quer dizer, ele falou a frase normalmente, eu comecei a gaguejar igual uma galinha.
-Eu estava dando uma olhada nas duplas, para ver se estavam se conhecendo... – Ela estava um pouco constrangida, mas não mais que eu – E então, o que estavam fazendo? Conversando, se conhecendo... ? – Ela fingia que não tinha visto nada. Como ela conseguia fazer isso?
“Sim, professora, claro que estávamos nos conhecendo. A língua do Malfoy teve uma conversa super animada com a minha. Agora eu já sei as comidas preferidas dele e a pasta de dente que ele usa, já é um super início”. O que ela esperava?Claro que não estávamos conversando. Parecia que nós estávamos conversando? Mas eu não podia responder isso a ela. Não pegaria muito bem, sabe?
-É... Bem, nós estávamos... É, você sabe... Estávamos... – Eu olhava em desespero para todas as direções em busca de uma resposta, mas tudo o que eu encontrei foi a cara de canalha do Malfoy me olhando safadamente, parecia que estava segurando a última ponta de autocontrole que tinha para não me agarrar na frente da Mcgonagall. Ha, como se isso fosse grande coisa. E eu, que estava segurando todo meu autocontrole, que não estava sendo tanto naquele momento, para não empurrá-lo da torre de Astronomia?
-Nós estávamos conversando e então Granger começou a falar que eu não conseguia me aproximar dela por ela ser uma sangue-ruim, o que é verdade, então começamos a discutir que esse mês não daria certo de jeito nenhum. Nós dois concordamos com isso, mas ela começou a falar que não perderia 70% da nota por causa disso, e então ela me desafiou, perguntando o quão perto eu agüentava ficar perto dela, e eu a desafiei também, e acabou dando nisso. – Ele colocou bastante nojo na palavra “nisso”.
-Ah, bem, tudo bem então, que bom que ninguém empurrou ninguém dessa torre ainda... – Ha, falou certinho... Ainda. Se dependesse de mim as pessoas iriam ficar esperando o Malfoy no jantar de hoje, mas eu não pretendo fazer isso... Ainda – Que sorte que os dois são monitores, assim eu já posso dar o recado para os dois. – Ela abriu o pergaminho que estava na sua mão que até agora eu não tinha percebido que estava lá e começou a dar umas lidas antes de falar com a gente de novo – Bem, antes o turno era para ser Sonserina pegar terça, quinta e sexta e Grifinória pegar segunda, quarta e sexta, assim vocês só teriam um dia em comum, mas agora que vocês são uma dupla eu acho que eu posso juntar vocês, então ficará... – Ela parou e leu algo, fez alguns gestos com as mãos e nos perguntou – Algum de vocês tem algum problema em pegar todos os dias?
“Não. Na verdade, isso estava exatamente na minha lista de desejos para esse novo ano... Passar todas as noites da semana com Malfoy... Perfeito! Agora eu acho que já vou poder morrer em paz.” É claro que eu tenho problema com isso! Eu sei que a minha vida social não é muito badalada, mas eu ainda tenho minha vidinha simples e humilde com toda essa guerra, meninos mentirosos, amigos desconfiados e raivosos, tarefas, professoras enxeridas e com uma condição física bastante boa, professores vingativos e com a personalidade de um energúmeno que acham que o estilo ‘luto pela minha vida miserável e fracassada’ super na moda e meninas (vamos chamá-las assim) extremamente oferecidas e energúmenas... Ufa! Eu nem sei como eu consigo lidar com tudo isso e não explodo... Ah, é, lembrei, eu já explodo.
-Na verdade... – Comecei a falar, mas o mais perfeito idiota da face dessa maldita Terra achou que seria uma excelente idéia propor algo do tipo...
-Na verdade nós achamos que essa é uma brilhante idéia, assim nós podemos ganhar mais pontos no trabalho, sem nem termos que ficar tão próximos e ainda fazer o trabalho da monitoria. – ‘Nós’. Observe esse ‘nós’ no início da frase. Em que momento nós paramos o tempo e decidimos o que viria a ser uma brilhante idéia? Alguém me conte, porque tudo o que eu vejo é o meu glorioso momento em que eu coloco a cabeça anormalmente grande num saco cheio de esterco de hipogrifo até ele morrer asfixiado. Essa sim é uma brilhante idéia.
-Já que estão tão animados eu acho que poderiam ficar assim por duas semanas...
Mas que droga! Além da detenção ainda teremos que fazer a monitoria e... Isso! A detenção!
-Eu acho que isso não vai ser possível por essa semana professora Mcgonagall... É bem, analise nossa situação, nós dois estamos na detenção por causa do profesor Snape, e vamos ficar nela até sexta-feira, e eu acho que nós vamos nos sobrecarregar demais...
-Então apenas por essa semana vocês vão fazer só metade da monitoria. – Ela falou animada como se isso fosse uma coisa boa.
Eu sei, ‘você devia estar feliz com isso’ e bla bla bla, mas não é nenhum tipo de alívio ou favor você falar para alguém que ela ‘só’ vai precisar monitorar metade de uns milhões de quilômetros.
-Certo... – Ela falou mesmo antes de nós respondermos e isso foi uma sorte para a minha reputação escolar, porque eu planejava responder umas coisinhas bem feinhas para ela – Então estou vendo que estão se dando bem, e vocês já podem... Ahn, continuar o que estavam... Fazendo... – com certeza aquele era o discurso que ela falava no fim de todos os enxerimentos nas duplas. Ela poderia falar outra coisa, mas o que exatamente ela falaria? “Continuem aí se beijando como se essa escola fosse o quarto de vocês, e se a Hermione quiser ficar grávida não tem problema... Ah, a propósito, vocês ganharam os 70% da nota” NÃO! Claro que ela não falaria isso, porque Merlin não gosta de acabar com esse trabalho logo e levar embora meu sofrimento. Ele gosta de acabar comigo de um jeitinho bem sagrado.
-Tchau. – Falou Malfoy de um jeito educado.
Mcgonagall desceu na maior lentidão. Que vontade me deu de empurrar ela escada abaixo. O Malfoy podia ir com ela com aquele cabelo oxigenado.
-Então acho que podemos continuar... – Ele falou se aproximando.
-Continuar o que? Eu nem comecei a te matar ainda. – Falei secamente.
Ele riu. Riu como se fosse engraçado. Riu como se eu não estivesse falando sério. Quero ver se ele acharia graça a imagem do inferno, porque é para lá que ele vai se depender de mim. Se depender de Merlin ele com certeza vai para o céu, claro, isso só me estressaria mais.
-Do que exatamente você está rindo? – Perguntei cerrando os olhos até chegar num ponto fatal.
-De você... – Ele falou ainda rindo.
-Malfoy, não é seguro nem divertido provocar a própria morte, apesar de que você nunca seguiu muitos os padrões de... Bem, de nada.
-Granger, você fala como se fosse me matar. Ah, é, claro – ele revirou os olhos - com o que você me mataria?
-Bem, minha varinha está no meu bolso, e nós estamos na Torre de Astronomia, então eu tenho duas opções bem atraentes... Que merd* de história foi aquela de aposta e que seria ótimo fazer a monitoria comigo? Você é idiota por acaso? Ah, espera, nem responde essa. Malfoy, eu ando percebendo que você tem um certo prazer pelo perigo. O que aconteceu? As meninas daqui não suprem mais as suas necessidades?
-Granger, você anda muito estressada, eu acho que você devia ir se acalmar um pouco.
-E eu acho que você devia parar de achar coisas sobre mim. – Falei ameaçadoramente.
-Eu só queria ajudar... – Ele falou como se ele fosse bom.
-Ajude saindo do meu caminho... Malfoy, você já percebeu o que está fazendo?
-Conversando com você? – Ele falou como se fosse óbvio... Ai, que menino burro.
-Não. Você não está simplesmente ‘conversando comigo’. Você não está me ameaçando, ou me xingando, você está falando com uma sangue-ruim... Sangue-ruim! Agora, pelo amor de Merlin – não que Merlin tenha muito amor no coração – Caia na real, Malfoy, isso não está certo.
-Sério? – Ele falou de um jeito como se pensasse realmente no assunto. Ha, como se ele pensasse alguma coisa – Nossa, eu nem reparei que tava errado, eu tava achando isso tão certo e divertido, que pena, vou ter que parar com isso... – Ele suspirou irônico.
Então era isso? Era apenas uma diversão? Apenas mais um quesito para o campeonato de humor negro? Um passatempo?
Eu senti as lágrimas brotando nos meus olhos. Ele era... Era mais que um idiota. Era uma pessoa sem coração, que por uma incrível inveja, queria quebrar o coração dos outros, destruí-los até o último sentimento bom.
-Você... Você é um idiota, Malfoy! – Ele pareceu surpreso com a minha reação... Canalha! – Como eu te odeio! Eu te odeio como eu nunca odiei alguém na minha vida miserável! Você é um sádico, você nunca vai ser nada na vida, entendeu? Nada! Você gasta seu tempo fingindo que gosta das pessoas, faz elas pensarem que... Que... – Eu não consegui acabar a frase. Era um ódio maior que eu e maior do que qualquer palavra que eu conseguiria falar.
-Pára, Granger! – Ele gritou inocente – Num minuto você ta me beijando e no outro ta falando que me odeia... Pára com essa bipolaridade... – E o que eu fiz? Explodi, claro. Porque quando a vida caí em você a única coisa boa que Merlin faz é nós dar a opção de chorar para tentar soltar esse peso dentro da gente.
-EU? TE BEIJANDO? EU NUNCA TE BEIJARIA, MALFOY! VOCÊ É QUEM ME BEIJA O TEMPO TODO COM A MESMA BOCA QUE FALA DECLARAÇÕES IDIOTAS E FALSAS, E COM A MESMA BOCA QUE ME XINGAVA O TEMPO TODO! SABE QUAL É A DIFERENÇA? – Eu não dei espaço para respostas. Até porque seria inútil qualquer resposta vinda dele – A DIFERENÇA É QUE AGORA VOCÊ SÓ MUDOU ONDE ATACAR! ANTES VOCÊ ME XINGAVA, MAS PELO MENOS VOCÊ ME DAVA ESPAÇO PARA TE XINGAR DE VOLTA! AGORA VOCÊ FAZ EU ME SENTIR UMA PESSOA HORRÍVEL! VOCÊ FAZ EU ME SENTIR COMO VOCÊ! VOCÊ FAZ EU PENSAR QUE EU PEGO PESADO E QUE EU SOU A MALVADA AQUI! VOCÊ É QUE É O IDIOTA AQUI, VOCÊ É QUE PEGA NO PONTO FRACO E QUEBRA AS PESSOAS! VOCÊ SÓ MUDA AS TÁTICAS, PORQUE AINDA É O MESMO IDIOTA DE SEMPRE!
-GRANGER, JÁ DEU PRA VOCÊ PARAR DE FICAR ME XINGANDO, NÃO É? – Ele gritou no mesmo tom que eu.
-POR QUE EU PARARIA? POR QUE EU TERIA PENA DE UM SER REPUGNANTE QUE NEM VOCÊ? POR QUE EU IRIA SER LEGAL AGORA COM VOCÊ? SE VOCÊ NÃO TEM AMOR PRÓPRIO, NÃO ESPERE ISSO DO MUNDO! NÃO É NORMAL ALGUÉM SER TRATADA DO JEITO QUE VOCÊ ME TRATOU TODOS ESSES ANOS PARA DEPOIS TRATAR BEM A SOCIEDADE, COMO SE NINGUÉM TIVESSE PISADO NELA! EUTENHO AMOR PRÓPRIO! EU TENHO ORGULHO! EU NÃO VOU TRATAR BEM QUEM ME TRATOU COMO LIXO! SABE POR QUÊ? QUEM É BONZINHO SÓ SE FERRA! QUEM TENTA SER A LUZ É RODEADO POR ESCURIDÃO! E QUEM É TODO OBSCURO TEM TODA A LUZ DO MUNDO EM VOLTA DE SI! MALFOY, ENTENDA QUEM VOCÊ É! SE VOCÊ TEM DIFICULDADE OU SE O SEU CORAÇÃO FOI QUEBRADO, SE É QUE VOCÊ JÁ TEVE UM, COISA QUE EU DUVIDO MUITO... MAS, SE O SEU SUPOSTO CORAÇÃO JÁ FOI QUEBRADO, NÃO VÁ QUEBRANDO OS DOS OUTROS.
-SABE O QUE EU MAIS ODEIO EM VOCÊ? – Ele gritou, sua voz saía rouca, mas isso não ia me abalar. Eu tentava enxergar o que ele estava fazendo, mas as lágrimas eram como cortinas nos meus olhos, aquilo estava me matando – VOCÊ COMEÇA A GRITAR COMIGO E A BRIGAR COMIGO DO NADA! EU FALO ALGUMA COISA E VOCÊ COMEÇA COM ESSE ESCÂNDALO RIDÍCULO! E EU AINDA TENHO QUE ADIVINHAR O QUE VOCÊ ESTÁ PENSANDO!
-NÃO TENTE! NEM... NEM TENTE ADIVINHAR O QUE PASSA NESSA MINHA CABEÇA DE SANGUE-RUIM! VOCÊ... VOCÊ É UM... – Eu não conseguia terminar nada do que eu começava.
-GRANGER, PARE DE QUERER TER SEMPRE RAZÃO!
-EU NÃO QUERO SEMPRE TER A RAZÃO, EU SÓ QUERIA SABER A VERDADE! – Nesse momento eu comecei a chorar de soluçar e ele pareceu se abalar com isso, pareceu se importar, como se... Como se ele fosse capaz disso – EU QUERIA SABER POR QUE VOCÊ FINGE SER ALGUÉM QUE NÃO É, E POR QUE FINGE GOSTAR DE ALGUÉM QUE VOCÊ SIMPLESMENTE NÃO GOSTA! VOCÊ É UM ANIMAL, AINDA NÃO PERCEBEU ISSO? AINDA NÃO ENTENDEU QUE VOCÊ NÃO SENTE? NÃO GOSTA DE NINGUÉM? VOCÊ NÃO AMA, VOCÊ SENTE PRAZER! É DISSO QUE VOCÊ É FEITO! PRAZER DE ACABAR COM OS OUTROS, DE TRAIR, DE MENTIR, DE FAZER TUDO O QUE NÃO DEVIA FAZER! VOCÊ É UM VAGABUNDO!
-Você ainda não entendeu o que eu sinto por você, né?
-VOCÊ NÃO SENTE NADA! NÃO SENTE NADA NEM POR MIM NEM POR NINGUÉM! NEM MESMO POR VOCÊ, VOCÊ SENTE ALGO! E QUEM VOCÊ PENSA QUE É? – Gritei antes de empurrá-lo com uma força que eu não conhecia, uma força que o fez desequilibrar até bater na mureta da Torre de Astronomia. Mas um pouco e ele rumaria para a morte.
Ele não podia demonstrar medo nem preocupação. Ele não podia demonstrar nada naquele momento, tudo pareceria fraqueza. Então ele fez algo que me estressou ainda mais. Foi andando na minha direção, calmo e decidido.
-É, você tem razão, eu não sinto nada mesmo por você. As pessoas pensam que eu sou o maior idiota do mundo e um sádico. É, eu sou mesmo. Eu machuco as pessoas porque eu acho isso prazeroso. Eu escolho os meus alvos e faço elas quererem se matar, eu faço elas sofrerem, faço elas pensarem que me mudarem. É isso o que você pensou, não foi? Deve ter pensando que o “grande idiota do Malfoy” mudou por você. – Ele riu sarcástico e seco – Deve ter pensando que você foi a protagonista e fez algo maior que o Cicatriz, só para variar. Mudou alguém que ninguém conseguiu mudar, mudou o rumo da história. Deve ter achado que você com esse seu “charme e jeitinho feminino e delicado” me mudou para algo bom. Que me mudou para alguém que acredita no amor. Granger, você não tem poder pra metade disso. Não tem força nem personalidade pra isso. Nem mesmo sangue... – Ele se distanciou um tempo e me deixou parada lá.
Por que diabos eu estava me deixando ser agredida daquele jeito?
-Na verdade... – Ele se virou para mim novamente e falou casualmente, mas com um toque assassino e comensal – Eu nem acredito que eu cheguei tão longe para fazer você sofrer. Eu nem acredito que cheguei à... Beijar você. – Ele falou em tom de desprezo – Nem acredito que cheguei à falar coisas idiotas e estúpidas sobre amor, coisas que você adorou. Nem acreditou que fiz tanto por um ser tão desprezível que nem você. Você é realmente muito boba, viu, Granger? Ah! – Ele falou com um sorriso perverso nos lábios – Nem acredito que cheguei a falar que estava... – Ele esperou um pouco para falar, e quando começou eu senti o nojo em cada palavra – Apaixonado por uma sangue-ruim – Ele cuspiu essas palavras, como se não merecessem ser faladas por ele – Nossa, na verdade, agora eu estou sentindo nojo de mim mesmo... Então é assim que você se sente por ser uma sangue-ruim? Eu teria nojo de me olhar no espelho e vergonha de sair na rua. – Ele se aproximou novamente – Sabe, você é tão nojenta que eu acho que devia ganhar um prêmio por me aproximar tanto de você e fingir que me importava. Como se alguém fosse capaz de se importar com algum ser desprezível que nem você. Mas talvez eu realmente me importe com você... Me importe em fazer você sofrer.
Isso acabou comigo. Acabou com cada ponta de orgulho que eu tinha, acabou com meu amor próprio, simplesmente acabou comigo.
Ele simplesmente foi andando para trás, se aproximando da mureta que ele outrora quase caíra. Eu fui me aproximando. Me aproximando do meu maior inimigo. Eu não tinha mais orgulho para me impedir de fazer qualquer coisa.
-Como se alguém fosse capaz de se apaixonar por você. Como se eu fosse capaz de me apaixonar por alguém.
Eu levantei um pouco a mão, mas ela tremia e não conseguia levantar mais. Com lágrimas nos olhos eu consegui murmurar algo que pelo meu olhar era mais um ‘adeus, orgulho’.
-Por que você está fazendo isso comigo? – Minha voz mal saía, minhas forças estavam sendo usadas para me manter em pé. Quase toda essa força foi embora quando ele se aproximou de mim e olhou nos meus olhos.
-Porque eu não me importo. – Eu engoli em seco. Aquilo era demais. Aquilo... Aquilo não era humano. Machucar alguém naquele ponto não era humano. Minha mão levantou quase que num impulso, mas eu não cheguei a bater nele. Minha força agora estava quase acabando, mas eu ainda podia empurrá-lo. Ele pareceu meio receoso naquele momento. Ele não queria morrer. Ninguém quer morrer, se bem que naquele momento esse era o meu maior desejo para Merlin.
-Você... – Eu falava soluçando, essa palavra mal saiu, eu tive que respirar fundo para continuar – Você nem vale a pena... – Abaixei minha mão. Foi tudo o que eu consegui falar. Essa foi minha única resposta para tudo o que ele tinha acabado de falar.
“Você nem vale a pena”... Como se isso fosse afetar ele, como se isso fosse mexer com ele. Ele não se preocupava, não ligava. Qual seria a diferença de eu achar que ele não valia a pena? Mas, quer saber? Eu também não ligava. Naquele momento eu não ligava mais para o vento extremamente frio, nem para a minha nota, nem para a guerra, nem para nada. Naquele momento eu tinha perdido meu amor próprio, tinha perdido qualquer auto-respeito. Ele realmente não valia à pena, mas eu me preocupava.
Saí tropeçando de lá. Ele ficou para trás, friamente me observando. Como alguém conseguia ser tão cruel? Como alguém conseguia machucar tanto? Como conseguia machucar e sair ileso?
Eu corri com as minhas maiores forças (que não eram as maiores). Para onde eu não fazia idéia. Mas do que me importava para onde eu estava indo? Eu queria era explodir em lágrimas, e se o mundo fosse ver, bem, que visse. Nada me importava naquele momento. Eu tinha sido quebrada pelo meu pior inimigo.
Ele tinha razão. Eu realmente cheguei a pensar que tinha mudado ele para algo bom. Eu não acredito que foi realmente idiota a esse ponto.
Ele mudou a tática e eu não percebi. Ele parou de mexer nas coisas que ele achava que eram ruins, coisas que eu nem me importava. Ele começou a tocar nas coisas que eu realmente me importava, começou a tocar no que eu tinha de bom.
Como eu odiava esse menino.
Corri, corri e corri. Por quanto tempo mesmo? Meia hora, uma hora, talvez.
Era incrível. Agora eu precisava falar com alguém. Precisava falar com alguém. Era a sensação de explosão. Eu iria realmente explodir se não falasse com alguém, mas é claro que Merlin não foi bom comigo. Parecia que todo mundo tinha evaporado. Não havia mais ninguém.
C/orri mais. Onde eu estava agora? Ah, é. Eu estava nos jardins, mas tudo estava vazio. Como assim? Todo mundo foi para onde?
Finalmente! Eu tinha encontrado duas pessoas conversando ao longe. Fui me aproximando para ver se era alguém. Talvez fosse alguém para eu conversar. Me aproximei mais. Eles estavam conversando muito perto e não me viram chegar. Eu não conseguia ver quem era, estavam perto... Perto demais.
Então eu rompi em lágrimas ao ver a cena que foi mais do que inconveniente naquele momento. Uma cena que não podia ter sido pior. A cena que simplesmente acabou com a minha vida.
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N/A: sintam-se a vontade para criarem um clube anti-Malfoy, porque ele merece a morte depois desse capítulo... KK ok, eu to falando como se não soubesse o que vai acontecer depois, e não sei mesmo ;P
Nhaan, vou responder os comentários de novo ;D :
Katie Black: Haha, aiii, que bom que você gostou do capítulo *-* kk, vo conta um segredo: essa coisa das duplas também foi uma surpresa pra mim kk como eu já disse que só tenho idéias de momentos, eu não sei muito bem como vai ser a fic, então vai me vind as inspirações, eu vou escrevendo os momentos e vou tentando pensar em como chegar lá ;D E a Hermione só se ferra, e ainda tem o Harry pra se preoupar... KK já viu, né? Espero que goste do próximo capítulo também :D
Anna Przybitowiscz: Aiii, eles são um casal lindo mesmo, mas as vezes da vontade de colocar a cabeça do Draco debaixo de um hipogrifo pra ele poder cagar na cabeça do Draco até ele morrer sufocado... Mas o público não encararia muito bem isso, então eu tenho que dar um jeito de fazer a Hermione não matar ele kk Aaah, mas que bom que gostou da declaração do capítulo, não se preocupe, eu tento postar rápido, só esperar meu pc ficar pronto que eu já posto :D continue lendo e espero que goste do próximo capítulo ;D Ahhh, e muito obrigada por ter entrado no site e comentado =D
Beijinhos e até o próximo capítulo =D